Linguagem: Leitura e Escrita
A aquisição da linguagem é uma etapa de extrema importância no desenvolvimento infantil. Por volta dos 21 meses, as crianças já pronunciam uma média de 100 palavras e, antes mesmo de completarem dois anos, começam a combinar essas palavras entre si, formando frases curtas.
O trabalho da linguagem é um componente fundamental do processo educativo e não pode ser deixado de lado em nenhuma das etapas do aprendizado infantil. Ela torna o processo educativo mais eficaz, proporcionando ao aluno situações e momentos mais envolventes e dinâmicos.

by ROSEMEIRE CASTRO

A Importância da Linguagem no Desenvolvimento Infantil
Desenvolvimento Cognitivo
A linguagem está diretamente ligada ao desenvolvimento cognitivo, permitindo que a criança organize seu pensamento e expresse ideias de forma estruturada.
Interação Social
Através da linguagem, a criança desenvolve habilidades sociais essenciais, aprendendo a se comunicar e interagir com outras pessoas de forma efetiva.
Base para Alfabetização
O desenvolvimento adequado da linguagem oral é fundamental para o posterior aprendizado da leitura e escrita, servindo como alicerce para a alfabetização.
Criando um Ambiente Rico em Linguagem
Discussões e Conversas
Promover momentos de diálogo onde as crianças possam expressar suas ideias e opiniões, desenvolvendo habilidades comunicativas.
Leitura de Histórias
Realizar leituras diárias de livros infantis, estimulando a imaginação e ampliando o vocabulário das crianças.
Música e Poesia
Utilizar canções e poemas como recursos para trabalhar ritmo, sonoridade e expressão verbal de forma lúdica.
Teatro e Fantoches
Organizar apresentações teatrais e com fantoches, incentivando a expressão oral e corporal das crianças.
Sinais de Alerta no Desenvolvimento da Linguagem
Vocabulário Limitado
Crianças por volta dos 24 meses com vocabulário expressivo limitado (40-50 palavras) e sem combinações entre elas podem apresentar atraso na linguagem.
Dificuldade de Compreensão
Dificuldade em entender comandos simples ou seguir instruções básicas pode indicar problemas no desenvolvimento da linguagem receptiva.
Falta de Interação
Pouca iniciativa para se comunicar ou interagir com outras pessoas, demonstrando desinteresse em estabelecer contato verbal.
Fases da Aquisição da Linguagem
1
0 a 3 meses
Produção de sons como choro, gritos e barulhos. Início da discriminação de sons familiares, estabelecendo as primeiras formas de comunicação.
2
4 a 6 meses
Discriminação dos sons da fala, compreensão de palavras, início do balbucio com produção de vogais e depois consoantes, expressões faciais mais evidentes.
3
7 a 9 meses
Balbucio reduplicado ("bababa") de forma interativa e produção gestual comunicativa. A criança começa a apontar para objetos de interesse.
4
10 a 12 meses
Surgimento das primeiras palavras reais junto com jargão (balbucio com fala). Uso de contato visual, expressões faciais e gestos para se comunicar.
Continuação das Fases da Aquisição da Linguagem
1
12 a 18 meses
Produção de 10 a 50 palavras e algumas frases de duas palavras. A criança chama atenção para receber resposta verbal do adulto.
2
2 anos
Produção de 150 a 200 palavras e frases de 2 e 3 palavras. Capacidade de nomear objetos quando questionada, ampliando seu repertório verbal.
3
3 anos
Desenvolvimento de sentenças gramaticais com uso de preposições e plurais. A criança já consegue formular questões de forma mais estruturada.
4
4 anos
Clara sintaxe e completa inteligibilidade esperada até os 4 anos e meio (meninas geralmente um pouco antes), com domínio da estrutura básica da língua.
Marcos do Desenvolvimento da Linguagem
25% das crianças
Compreensão visual: com 10 meses apontam para objetos desejados
Compreensão auditiva: com 25,8 meses nomeiam e explicam a função dos objetos questionados
Compreensão falada: com 27,3 meses nomeiam e explicam a função de 2 objetos
90% das crianças
Compreensão visual: com 17,7 meses apontam para objetos desejados
Compreensão auditiva: com 32,6 meses nomeiam e explicam a função dos objetos questionados
Compreensão falada: com 34,4 meses nomeiam e explicam a função de 2 objetos
A Visão de Piaget sobre o Desenvolvimento da Linguagem

Experiência
Fator essencial para o desenvolvimento
Amadurecimento Cognitivo
Base para aquisição da linguagem
Capacidade Inata
Predisposição natural para aprender
Para Piaget, o desenvolvimento cognitivo é um pré-requisito para o desenvolvimento da linguagem. Além do amadurecimento cognitivo, a experiência é um fator essencial para o desenvolvimento. As crianças aprendem a linguagem não em consequência do reforço, mas porque nascem com a capacidade e necessidade de adquiri-la.
Linguagem Inata x Aprendida

Estrutura Biológica
Predisposição cerebral para a linguagem, com áreas específicas dedicadas ao processamento linguístico.

Ambiente Familiar
Qualidade das interações e estímulos recebidos no ambiente doméstico, fundamentais para o desenvolvimento.

Ambiente Escolar
Experiências educacionais estruturadas que complementam e ampliam as habilidades linguísticas.

Interações Sociais
Contato com diferentes pessoas e contextos que enriquecem o repertório linguístico da criança.
Acredita-se que há uma interação entre o biológico (estrutura cerebral) e a qualidade de estímulos que a criança recebe do meio. Essa visão integrativa reconhece tanto os aspectos inatos quanto os aprendidos no desenvolvimento da linguagem.
Tabela de Desenvolvimento da Linguagem
Continuação da Tabela de Desenvolvimento
Finalização da Tabela de Desenvolvimento
Atividades para Desenvolver a Habilidade da Linguagem
Roda de Conversa
Momento em que as crianças podem compartilhar experiências, expressar opiniões e desenvolver a escuta ativa, ampliando seu vocabulário e capacidade argumentativa.
Leitura com Reconto
Após a leitura de histórias, incentivar as crianças a recontarem o que ouviram, desenvolvendo memória, sequência lógica e expressão verbal.
Criação de Histórias
Apresentar cartões com figuras variadas e pedir para a criança elaborar oralmente uma história, estimulando criatividade e organização do pensamento.
Cantar e Recitar
Atividades musicais e poéticas que trabalham ritmo, sonoridade e expressão verbal de forma lúdica e prazerosa.
O Desenvolvimento Auditivo Pré-natal
Estrutura Auditiva
O feto humano já tem a estrutura neurofisiológica auditiva capacitada para receber estímulos sonoros, no cérebro, a partir da 21ª semana de gestação.
Memória Fetal
A memória começa a se estabelecer nessa mesma época, permitindo que o bebê reconheça sons familiares após o nascimento.
Influência Materna
Observou-se que os recém-nascidos de mães mudas ou não choram ao nascimento, ou o fazem de maneira diferente dos demais bebês, como se lhes faltasse algum tipo de lição intra-útero.
Desenvolvimento Visual Pré-natal

Percepção de Luz
O feto é capaz de perceber a luz que incide sobre o ventre materno
Período de Desenvolvimento
Principalmente após 20 semanas de gestação
Processamento Neural
Início da formação das conexões visuais cerebrais
O desenvolvimento visual inicia-se ainda durante a gestação, com o feto já demonstrando capacidade de resposta a estímulos luminosos. Esse desenvolvimento precoce estabelece as bases para o posterior reconhecimento visual após o nascimento, sendo fundamental para a interação do bebê com o mundo.
Como Funciona o Pensamento?

Processamento Neural
Ativação de redes neurais específicas para diferentes funções cognitivas

Interação Simultânea
Processos mentais ocorrem simultaneamente, interagindo de maneiras complexas

Codificação Linguística
Transformação de pensamentos em estruturas linguísticas compreensíveis

Elaboração de Ideias
Combinação de informações para criar novos conceitos e soluções
Para a maioria dos estudiosos, as áreas cerebrais mais envolvidas no processo da linguagem estão no córtex frontal e temporal do hemisfério cerebral esquerdo, seja para a língua falada ou de sinais. Esses processos mentais ocorrem simultaneamente e interagem de maneiras difíceis de prever.
A Importância das Experiências Linguísticas
Conversas Frequentes
Pesquisadores descobriram que crianças cujos pais conversam com elas mais frequentemente desenvolvem um vocabulário mais amplo e diversificado.
Linguagem Elaborada
O uso de linguagem mais adulta e com sentenças mais longas permite que as crianças compreendam e utilizem estruturas linguísticas mais avançadas.
Exposição à Leitura
O contato regular com livros e histórias amplia o repertório vocabular e desenvolve a compreensão de diferentes estruturas narrativas.
Alfabetização e Contato com a Escrita
Escrita no Cotidiano
A criança está cercada de escrita e símbolos seja em placas, jornais, revistas, rótulos, dessa forma quando ela chega à escola já traz uma bagagem de conhecimento sobre a função social da escrita.
Aprendizado Formal
Na escola, a criança aprenderá a simbolizar e a entender o significado de comportamentos, atitudes e atividades pessoais, transformando esse conhecimento prévio em aprendizado sistemático.
Mediação Adulta
O papel do adulto como mediador é fundamental para que a criança estabeleça conexões entre seus conhecimentos prévios e o sistema formal de escrita.
A Visão de Emilia Ferreiro sobre Alfabetização
Auto-construção
Para Emilia Ferreiro, a leitura e a escrita são adquiridas por um processo de auto-construção, no confronto e interação da criança com o seu meio.
Etapas de Desenvolvimento
Ferreiro dividiu em três etapas principais o desenvolvimento da leitura e da escrita, reconhecendo o processo evolutivo da criança.
Interação com o Meio
A criança não é um receptor passivo, mas um sujeito ativo que constrói seu conhecimento através da interação com o ambiente letrado.
Fase Pré-silábica da Escrita
Características
A partir dos dois anos de idade, a criança já começa a rabiscar, ou até mesmo antes, quando consegue pegar no lápis ou caneta. Nesta fase, ela:
  • Sabe que a escrita é uma forma de representação
  • Pode usar letras ou pseudoletras, garatujas, números
  • Não compreende que a escrita é a representação da fala
  • Organiza as letras em quantidade (mínimo e máximo de letras para ler)
Nesta fase inicial, os rabiscos ou garatujas são as primeiras tentativas da criança de representar graficamente o mundo ao seu redor. Embora ainda não haja uma correspondência com a linguagem oral, estas marcas já demonstram a compreensão de que é possível registrar ideias através de símbolos.
Fase Silábica da Escrita
A fase silábica é marcada por dois momentos: quando a criança entende que cada palavra é escrita de uma forma e que esta forma de escrever está relacionada com a fala. Nesta fase, a criança usa uma letra para representar cada sílaba, sem se preocupar com o valor sonoro. É mais comum ela usar letras em bastão, maiúsculas.
Exemplos desta fase incluem representações como "BPS" para "MACACO" ou "BUP" para "CAVALO", demonstrando a tentativa de estabelecer uma correspondência entre a fala e a escrita, ainda que de forma incompleta.
Fase Silábica com Valor Sonoro
Características
Por volta dos cinco anos, a criança já começa a entender que a escrita representa a fala e sua atenção se volta às atividades sonoras. Esta fase pode ser caracterizada pela:
  • Fonetização da escrita (descoberta dos sons na fala)
  • Compreensão de que a escrita é a representação da fala
  • Escrita de uma letra para cada sílaba, com correspondência sonora
Exemplos
Nesta fase, a criança começa a estabelecer relações entre os sons e as letras, como nos exemplos:
  • "AO" para representar "PATO" (valor sonoro só nas vogais)
  • "PT" para representar "PATO" (só usa consoantes)
Algumas crianças, estimuladas corretamente, chegam a esta fase conseguindo grafias bem mais complexas e a usar a letra cursiva.
Fase Silábico-Alfabética

Correspondência Fonema-Grafema
A criança faz a correspondência entre fonemas (sons) e grafemas (letras)
Escrita Fonética
Escreve como fala, sem dominar normas ortográficas
Transição
Fase intermediária entre a escrita silábica e a alfabética
Nesta fase, a criança já consegue estabelecer uma correspondência mais consistente entre os sons da fala e as letras, mas ainda não domina completamente as convenções ortográficas da língua. É um momento de transição importante, onde coexistem características da fase silábica e da fase alfabética.
Fase Alfabética-Ortográfica
Idade Típica
Esta fase é atingida a partir dos sete anos (em geral), mas há crianças que a atingem ainda aos seis, e há aquelas excepcionais que atingem ainda aos cinco. Não podemos entender estas fases de desenvolvimento como via de regra.
Características
Nesta fase, a criança já faz a correspondência entre letras e grafemas da língua. Ela já é capaz de entender as normas ortográficas e de fazer correção do seu próprio texto, demonstrando maior autonomia na escrita.
Exemplos
A criança começa a perceber as regras ortográficas, ainda que cometa alguns erros:
  • JARDIN → JARDIM
  • CORREO → CORREIO
  • CABESA → CABEÇA
  • ISO → ISSO
A Visão de Emilia Ferreiro sobre Leitura
Ler não é essencialmente um processo visual
Emilia Ferreiro afirma que a leitura vai muito além do simples reconhecimento visual de símbolos. É todo um processo de construção entre o que a criança vê, como ela entende os símbolos que vê e como ela consegue compreender a relação destes símbolos com sons e regras gramaticais e ortográficas.
Esta visão construtivista da leitura enfatiza o papel ativo da criança na construção do conhecimento, reconhecendo que o processo de alfabetização envolve múltiplas dimensões cognitivas e não apenas a decodificação de símbolos visuais.
Fase Alfabética

Compreensão Plena
Entendimento do sistema alfabético
Formação de Sílabas
Junção de consoantes e vogais
Reconhecimento do Alfabeto
Base do sistema de escrita
Por volta dos seis anos, ao chegar no primeiro ano, as crianças atingem a fase Silábica por completa, ou Fase Alfabética, pois ela já entende o alfabeto e as sílabas que são formadas a partir da junção das consoantes e das vogais.
Nesta fase, a criança demonstra domínio do princípio alfabético, compreendendo que as letras representam sons e que estes sons, combinados, formam palavras. É um marco importante no processo de alfabetização, indicando que a criança está pronta para avançar na leitura e escrita de textos mais complexos.
Afasias: Distúrbios da Linguagem
Localização Cerebral
Lesões da área de Broca e/ou de Wernicke resultam em déficits de linguagem (afasias). Estas áreas específicas do cérebro são fundamentais para o processamento e produção da linguagem.
Manifestações Clínicas
As afasias se manifestam como dificuldades na compreensão ou expressão da linguagem, afetando a comunicação do indivíduo de diversas formas, dependendo da área cerebral afetada.
Reabilitação
O tratamento das afasias envolve terapia fonoaudiológica específica, com exercícios direcionados para recuperar as funções de linguagem afetadas pela lesão cerebral.
Área de Broca
Localização e Função
A área de Broca está situada no giro frontal inferior e é responsável pela programação da atividade motora relacionada com a expressão da linguagem. Está localizada em frente à parte da área motora que controla os músculos relacionados com a vocalização, sendo a área de formação das palavras.
Esta região cerebral desempenha um papel crucial na produção da fala, permitindo a articulação das palavras e a construção de frases gramaticalmente corretas. Lesões nesta área resultam em dificuldades específicas na expressão verbal, caracterizando a afasia de Broca.
Afasia de Broca
Dificuldade de Expressão
A afasia de Broca é também chamada de afasia motora ou não-fluente, já que as pessoas têm dificuldade em falar mesmo que possam entender a linguagem ouvida ou lida.
Anomia
Pessoas com esse tipo de afasia têm dificuldade em dizer qualquer coisa, fazendo pausas para procurar a palavra certa, fenômeno conhecido como anomia.
Estilo Telegráfico
A marca típica da afasia de Broca é um estilo telegráfico de fala, no qual se empregam, principalmente, palavras de conteúdo (substantivos, verbos, adjetivos), além da incapacidade de construir frases gramaticalmente corretas (agramatismo).
Causa
É provocada por lesões sobre a região lateral inferior do lobo frontal esquerdo, afetando especificamente a área de Broca.
Definição de Afasia
Distúrbio Específico
São chamados de afasia apenas os processos que atingem regiões realmente responsáveis pelo processamento da linguagem e não distúrbios do sistema motor, do sistema atencional e outros que seriam coadjuvantes do processo da linguagem.
Diferenciação
Ao contrário de um doente que não consegue falar devido a paralisia de um nervo facial, os portadores de afasia podem apresentar problemas de linguagem sem ter qualquer problema no funcionamento muscular facial, por exemplo.
Base Neurológica
A afasia tem origem em lesões cerebrais específicas, afetando áreas responsáveis pelo processamento linguístico, como as áreas de Broca e Wernicke.
Afasia de Wernicke
Características
Na afasia de compreensão ou afasia de Wernicke, os pacientes não conseguem compreender o que lhes é dito. Emitem respostas verbais sem sentidos e também não conseguem demonstrar compreensão através de gestos.
Apesar de possuir uma fala fluente, esta fala também não tem sentido, pois não compreendem o que eles mesmos dizem. Enquanto na afasia de Broca a fala é perturbada, mas a compreensão está intacta, na afasia de Wernicke a fala é fluente, mas a compreensão é pobre.
A afasia de Wernicke resulta de lesões na área de Wernicke, localizada no lobo temporal esquerdo. Esta região é fundamental para a compreensão da linguagem, e sua lesão compromete a capacidade de entender o significado das palavras e frases, mesmo que a capacidade de articular sons esteja preservada.
Dislexia
A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem caracterizado por dificuldades na leitura, apesar de inteligência normal e oportunidades educacionais adequadas. Pessoas com dislexia frequentemente apresentam dificuldades no reconhecimento preciso e/ou fluente de palavras, na decodificação e na ortografia.
O filme "Como Estrelas na Terra" retrata de forma sensível a experiência de uma criança com dislexia, mostrando seus desafios e potencialidades, além da importância de uma abordagem educacional adequada para seu desenvolvimento.
Síndrome de Irlen
12-14%
Prevalência
Porcentagem da população geral afetada pela Síndrome de Irlen
46-50%
Comorbidade com Dificuldades de Aprendizado
Pessoas com dificuldade de aprendizado e problemas de leitura que apresentam Síndrome de Irlen
33%
Comorbidade com Outros Transtornos
Pessoas com dislexia, TDAH ou outros distúrbios de conduta que apresentam Síndrome de Irlen
Identificada por Helen L. Irlen (Psicóloga americana), a Síndrome de Irlen é um desajuste do processamento visual que afeta a forma como as pessoas captam a informação visual. O Instituto Irlen funciona como centro internacional de apoio aos centros especializados distribuídos por mais de 45 países, sendo representado no Brasil pela Fundação Hospital de Olhos (MG).
Manifestações da Síndrome de Irlen

Fotossensibilidade
Sensibilidade excessiva à luz, causando desconforto visual.

Desfocamento à Leitura
Dificuldade em manter o foco visual durante a leitura.

Restrição do Campo Visual
Limitação na percepção do campo visual periférico.

Dificuldade com Contrastes
Problemas na adaptação a diferentes níveis de contraste visual.

5

5
Dificuldade de Atenção
Problemas para manter o foco atencional durante tarefas visuais.

Cefaleia
Dores de cabeça frequentes associadas ao esforço visual.
Sinais da Síndrome de Irlen
Tempo Prolongado
Levam mais tempo para completar tarefas de leitura e lição de casa, demonstrando lentidão no processamento visual.
Sintomas Físicos
Queixam-se de dor de cabeça, cansaço, tontura após atividades que exigem esforço visual prolongado.
3
Evitação da Leitura
Evitam ler por prazer, demonstrando resistência a atividades que envolvem leitura prolongada.
Sensibilidade à Luz
Apresentam desconforto em ambientes muito iluminados ou com luzes fluorescentes.
Dificuldades Acadêmicas na Síndrome de Irlen
Escrita e Ortografia
Dificuldades na caligrafia, ortografia e organização espacial do texto no papel, comprometendo a qualidade da produção escrita.
Matemática e Geometria
Problemas com alinhamento de números, interpretação de gráficos e figuras geométricas, afetando o desempenho nestas disciplinas.
Cópias e Anotações
Dificuldade em copiar informações da lousa ou fazer anotações durante as aulas, perdendo conteúdos importantes.
Leitura de Mapas
Problemas na interpretação de mapas, plantas e outros materiais que exigem processamento visual complexo.
Outras Afasias e Distúrbios Relacionados
Alexia
Inabilidade adquirida de compreender a linguagem escrita, apesar da preservação da visão e outras funções cognitivas. Difere da dislexia por ser adquirida após uma lesão cerebral, não sendo um transtorno de desenvolvimento.
Agrafia
Inabilidade adquirida de produzir linguagem escrita apesar da presença da linguagem oral, da leitura e de controle de movimentos normal. Representa uma perda específica da capacidade de escrever.
Apraxia
Inabilidade de ter movimentos propositais apesar da compreensão normal das instruções, da força, do reflexo e da coordenação normais. Afeta a execução de movimentos voluntários.
Continuação: Outros Distúrbios Neurológicos
Agnosia Visual
Perda da habilidade de reconhecer ou identificar a presença de objetos, apesar das funções visuais estarem intactas. O indivíduo vê o objeto, mas não consegue reconhecer o que está vendo, como se tivesse perdido o significado visual.
Este distúrbio pode afetar o reconhecimento de rostos (prosopagnosia), objetos comuns, cores ou formas, dependendo da área cerebral afetada.
Síndrome da Negligência
A tendência a ignorar coisas numa região particular do espaço, ignorando o módulo sensorial responsável pelos estímulos provenientes daquela região.
Pacientes com uma forma dessa síndrome chamada síndrome da negligência unilateral ignoram as informações provenientes do lado esquerdo ou direito do corpo e podem até esquecer de barbear essa parte do rosto ou de vestir esse lado do corpo.
Avaliação da Linguagem
Observação Inicial
A observação da linguagem deve englobar a enunciação dos fonemas (se a criança articula bem os sons da fala), o vocabulário e a lógica verbal relacionada ao grau de escolaridade.
Coleta de Dados
A avaliação da linguagem se processa desde a primeira sessão, no período de coleta de dados. Ouvir atentamente o avaliado, buscando identificar seu nível de enunciação fonética e a organização de seu pensamento.
Análise Contextual
É preciso também atentar para o uso de regionalismos e de palavras e/ou expressões que se repetem, pois podem indicar aspectos emocionais, da mesma forma que os possíveis "atos falhos" que porventura surjam durante a conversa.
Intervenção Cognitiva e Linguagem

1

1
Compreensão
Ajudar o indivíduo/família a compreender sintomas e prejuízos da dificuldade de aprendizagem

Autoestima
Trabalhar a quebra de preconceitos e o aumento da autoestima

Autonomia
Promover o ganho de autonomia e reconhecimento do problema

Alternativas
Gerar alternativas possíveis para superar as dificuldades
A cognição envolve processos como pensar, a atenção, o raciocínio, a memória, o juízo, a imaginação, o pensamento, o discurso, a percepção visual e audível, a aprendizagem, a consciência e as emoções. O processo de intervenção cognitiva trabalha esses aspectos de forma integrada, considerando as especificidades de cada caso.